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Quando as sombras falam.



Na noite de 25 de abril de 2008, numa cidade brasileira cujo nome não foi divulgado, a polícia foi acionada para resolver uma ocorrência de perturbação da ordem pública, pessoas disseram ter ouvido gritos e sons extremamente estranhos vindos de uma pequena praça localizada no centro do município do sudeste brasileiro.
Ao chegar no local a primeira viatura contendo dois policiais se deparou com uma mulher que corria ziguezagueando pela rua, descalça e com muito sangue tanto no pescoço quanto no busto, manchando a camisa que usava, ela estava completamente desnorteada e, em choque, parecia ter visto um fantasma. Os policiais a resgataram e acionaram o SAMU, mas antes que o socorro chegasse mais uma vítima apareceu correndo, um jovem que gritava por socorro desesperadamente e logo que saiu da praça tropeçou, por causa do esforço que estava fazendo para correr, e caiu batendo a cabeça contra o solo; este também tinha as roupas manchadas de sangue.
Ambos os policiais pensaram que todo aquele sangue nas roupas era proveniente de algum ferimento por arma de fogo, embora não tivessem ouvido nenhum estampido, e jamais imaginariam o que os havia causado, mas em breve eles iam perceber que aquela noite não era comum. De repente, um homem saiu caminhando tranquilamente logo após o jovem que caiu, ele mantinha passos comedidos, vestia-se totalmente de preto, dos pés à cabeça, e o que mais chamou a atenção dos policiais foi o estilo de roupa que ele usava, porque se parecia com roupas saídas diretamente de um baile de fantasias.

O homem estranho vestia calça e paletó muito parecidos com os usados no final do século XIX e início do XX, além disso, segurava uma espécie de bengala na mão esquerda e usava uma cartola sobre a cabeça, o que dificultava ver seu rosto com clareza. O homem caminhou até o jovem desacordado e se abaixou junto dele.
Sacando das armas, os policiais apontaram para o estranho.
_Parado! -Ordenou um dos policiais.
_Coloque as mãos na cabeça! -Disse o outro.
O estranho se ergueu vagarosamente sob a mira dos agentes da lei; ele disse:
_Desculpem-me por toda essa bagunça. Eu já terminei o que estava fazendo; sugiro que voltem para o carro e vamos todos embora em paz.
_Negativo cidadão! -Gritou o policial, e concluiu.- Fica parado e bota as mãos na cabeça! Agora!
_Temo que isso não vá acontecer. _Respondeu o estranho, e depois, se dirigindo ao outro policial disse: _ Porque você não atira no seu companheiro?
A pergunta pareceu completamente sem cabimento, exceto pelo fato de que, quase instantaneamente, o policial a quem o estranho se dirigiu, virou-se e disparou duas vezes atingindo seu colega de trabalho que caiu e perdeu a consciência antes mesmo de perceber o que havia ocorrido.
Ao perceber o que tinha acabado de fazer e sem entender o motivo de ter feito, o policial entrou em desespero, foi como se por um instante ele tivesse sido controlado por outra pessoa, como se uma sombra hedionda tivesse sussurrado dentro de seu cérebro; estava completamente lúcido, mas não pode evitar de obedecer a ordem que o estranho tinha lhe dado.
O outro policial estava muito ferido e precisava de ajuda urgentemente, mas o estranho ainda estava parado no mesmo lugar, foi possível ouvir sua risada macabra ecoando pela noite, mas de repente uma estranha névoa escura surgiu no exato lugar onde o estranho estava e se elevou sumindo, juntamente com ele, em meio as árvores da praça. Quando as outras viaturas da polícia e do SAMU chegaram no local, o policial, aterrorizado com o que tinha visto e feito, estava completamente imóvel, o outro estava perto da morte e as duas vítimas anteriores, inconscientes formavam uma visão sinistra no meio daquela rua escura.

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